quarta-feira, 31 de março de 2010


"Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

"Bendito aquele que é forte,
E desconhece o rancor,
E,em vez de servir a morte,
Ama a Vida e serve o Amor!"

terça-feira, 30 de março de 2010



Anúncio de Bilac-(A função do poeta)

O dono de um pequeno comércio,amigo do grande poeta olavo Bilac,abordou-o certa vez na rua:

-Sr. Bilac,estou a precisar vender a minha propriedade, que o Senhor tão bem conhece.Poderia,por gentileza,redigir o anúncio para vender no jornal?

Olavo apanhou o papel que o amigo estendia e escreveu:

"Vende-se encantadora propriedade"
"Vende-se encantadora propriedade,onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo.Cortada por cristalinas e marejantes água de um ribeiro.A casa,banhada pelo sol nascente,oferece a sombra tranquila das tardes,na varanda."
"Meses depois,o poeta reencontrou o comerciante e perguntou-lhe se havia conseguido vender a propriedade."
- Nem pense mais nisso Sr. Bilac!Quando li o anúncio que o senhor escreveu é que percebi a maravilha que tinha nas mãos.

Às vezes não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe atrás de Miragens e falsos tesouros.Valorize o que você tem.A pessoa que está ao seu lado,os amigos que estão junto a você,o emprego que Deus lhe proporcionou,o conhecimento adquirido,a saúde,o sorriso...Enfim,tudo aquilo que Nosso Senhor nos oferece diariamente para o nosso crescimento espiritual.

segunda-feira, 29 de março de 2010









Olavo Bilac-Poeta










Olavo Bilac preferia as lides literárias e passou a ser frequentador assíduo da Rua do Ouvidor,de seus botequins e sua boemia.Certa madrugada,na companhia do amigo Paula Ney,ao chegar em casa é expulso por seu pai,que o vê como um vagabundo,rodeado de más companhias.Daí por diante não se falam mais,sendo que Bilac passa a manter contatos esporádicos apenas com sua mãe,D.Delfina.Por sorte seu genitor estava enganado e Bilac não se deixou vencer pelo tratamento que lhe foi dispensado.Fernando Jorge,nesse particular,é primoroso em apresentar ao leitora exata situação política e social da época.Bilac não poderia ter mais sorte e melhor companhia.Viveu o período da abolição da escravidão,onde atuou na companhia de José do Patrocínio e Joaquim Nabuco.Acompanhou a transição da monarquia para a república e já em 1886 se mostrava um dos expoentes da nova geração literária,acompanhado de Raul Pompéia,Raimundo Correia e Alberto de Oliveira.Foi apresentado a Machado de Assis,considerado"o primeiro dos nossos prosadores".Tornou-se amigo de Aluízio de Azevedo e conheceu em Paris o respeitado escritor português Eça de Queiroz.Era colega de Afonso Arinos,Humberto de Campos,Afrânio Peixoto,Martins Fontes e João do Rio,sendo contemporâneo de Rui Barbosa,Cruz e Souza,Benjamin Constant,Quintino Bocaiuva e Gilberto Amado.Como se percebe o meio em que Bilac viveu era propício para o crescimento intelectual e literário,estando rodeado por grandes nomes da história nacional.A poesia de Bilac se tornava cada vez mais respeitada e admirada pelos seus leitores.O soneto"Ouvir Estrelas"logo se popularizou e o amor era um tema constante em seus versos.Apaixona-se,então por Amélia de Oliveira,irmã de seu preclaro amigo Alberto.Mesmo enamorados,Bilac resolve partir para São Paulo,pretendendo graduar-se em direito,visto que há tempos havia abdicado do curso de medicina.No entanto,sem colar grau,retorna a corte em 1888 com o propósito de consumar seu noivado com Amélia(a saudade da vida boemia e de seus amigos também era grande).Entrementes,seu intuito não logra êxito,permanecendo no celibato até o fim de seus dias.O amor,no entanto,continua como tema recorrente em suas poesias,conforme podemos verificar em"Beijo Eterno".Em 1888,publicou o primeiro livro de poemas intitulado Poesias e logo se tornou o mais típico dos poetas parnasianos.Pela grande popularidade e riqueza dos versos,Bilac foi eleito o "Príncipe dos Poetas Brasileiros",no concurso da revista Fon-fon de março de 1913.Além de poesias Olavo publicou crônics,conferências literárias,discursos,livros infantis e didáticos.Olavo Bilac faleceu em 1918.

sábado, 27 de março de 2010

Poesia Infatil




A Mocidade


A Mocidade é como a Primavera!
A alma, cheia de flores, resplandece,
Crê no Bem, ama a vida, sonha e espera,
E a desventura facilmente esquece.
É a idade da força e da beleza:
Olha o futuro, e inda não tem passado:
E, encarando de frente a Natureza,
Não tem receio do trabalho ousado.
Ama a vigília, aborrecendo o sono;
Tem projetos de glória, ama a Quimera;
E ainda não dá frutos como o outono,
Pois só dá flores como a Primavera!

Olavo Bilac

sexta-feira, 26 de março de 2010

Esclarecendo Dúvidas sobre o Projeto



Olá pessoal essa postagem tem o intuito de esclarecer dúvidas que surgiram através dos comentários.

Primeiramente agradecemos pela visita e pela colaboração de todos.

Um de nossos visitantes (Alessandro) interessou-se pela nossa iniciativa e gostaria de saber se outras salas também criaram Blogs em homenagem a seus respectivos patronos. Bom até agora não, pois essa foi uma forma divertida e dinâmica que achamos de divulgar o desenvolvimento do projeto pelo 2º ano C, mas gostaríamos de lembrar que na escola temos mais de 45 turmas e até agora só a nossa sala teve a ideia de criar um Blog, mas esperamos que outras turmas seguindo o nosso exemplo também criem Blogs para seus patronos, pois a seleção de homenageados é gloriosa e através desse meio de interação tão popular não só os Poetas seriam vistos de outros ângulos (lembrando que estudamos não só a obra, mas também a vida dos mesmos a fundo), como também nossa escola teria um reconhecimento um tanto maior.

Bem, esperamos ter esclarecido as dúvidas.

Agradecemos as visitas. E caso tenham mais questionamentos a serem feitos deixem comentários e responderemos para satisfazê-los e fazer com que voltem...

Ao Coração Que Sofre - Olavo Bilac

avisse


Ao coração que sofre

barra

Ao coração que sofre, separado do teu,

no exílio em que a chorar me vejo,

não basta o afeto simples e sagrado

com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,

nem só desejo o teu amor: desejo ter nos

braços teu corpo delicado, ter na boca

a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem

não me envergonham: pois maior baixeza

não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem ser

de homem sempre e, na maior pureza,

ficar na terra e humanamente amar.

(Olavo Bilac)

Um Beijo - Olavo Bilac


Um Beijo



Foste o beijo melhor da minha vida,

Ou talvez o pior....Glória e tormento,

Contigo à luz subi do firmamento,

Contigo fui pela infernal descida

Morreste, e o meu desejo não te olvida:

Queimas-me o sangue, enches-me o pensamento

E do teu gosto amargo me alimento,

E rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,

Batismo e extrema-unção, naquele instante

Por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-te o ardor, e o crepitar te escuto,

Beijo divino! e anseio, delirante

Na perpétua saudade de um minuto...

(Olavo Bilac)

Primavera - Olavo Bilac





Ah! quem nos dera que isto, como outrora,
Inda nos comovesse! Ah! quem nos dera
Que inda juntos pudéssemos agora
Ver o desabrochar da primavera!

Saíamos com os pássaros e a aurora.
E, no chão, sobre os troncos cheios de hera,
Sentavas-te sorrindo, de hora em hora:
"Beijemo-nos! amemo-nos! espera!"

E esse corpo de rosa recendia,
E aos meus beijos de fogo palpitava,
Alquebrado de amor e de cansaço.

A alma da terra gorjeava e ria...
Nascia a primavera... E eu te levava,
Primavera de carne, pelo braço!

Olavo Bilac

quarta-feira, 24 de março de 2010

Parnasianismo - Escola Literária



O Parnasianismo surgiu na França em oposição às escolas literárias Realismo e Naturalismo, opondo-se à prosa, já que foi um movimento essencialmente poético.
A escola teve influência da doutrina “arte pela arte” apresentada por Théophile Gautier, poeta e crítico literário francês, ainda no período do Romantismo.
A teoria da “arte pela arte” ressalta o belo e o refinamento através da autonomia da arte alheia à realidade.

O nome da escola vem do termo grego “Parnassus”, o qual indica o lugar mitológico onde as musas moravam.
A denominação da escola literária se deve também à primeira publicação parnasiana, intitulada “Le parnasse contemporain”, a qual apresenta as seguintes características: linguagem descritiva, formas clássicas (rima, métrica), indiferença. Os fundamentos parnasianos retomaram a perfeição formal almejada pela Antiguidade clássica.

As características do Parnasianismo são completamente opostas às realistas-naturalistas. Vejamos:


Arte pela arte: sem influências da realidade nas formas ou conteúdos;
Objetividade: em oposição ao sentimentalismo exacerbado;
Culto da forma: ao contrário do descuido formal dos românticos;
Impessoalidade: negação ao sentimentalismo romântico;
Racionalismo: surge a poesia de meditação, filosófica;
Visão carnal do amor: em oposição à visão espiritual dos românticos. Vênus é citada como modelo de mulher;


Além dos aspectos expostos acima, podemos citar o universalismo temático, o qual generaliza a temática, aborda temas universais em oposição ao individualismo dos romancistas.


Parnasianismo no Brasil

O Parnasianismo tem seu marco inicial com a publicação de “Fanfarras” de Teófilo Dias, em 1882. Contudo, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia também auxiliaram a implantação do Parnasianismo no Brasil.
A estética parnasiana, originada na França, valorizava a perfeição formal, o rigor das regras clássicas na criação dos poemas, a preferência pelas formas fixas (sonetos), a apreciação da rima e métrica, a descrição minuciosa, a sensualidade, a mitologia greco-romana. Além disso, a doutrina da “arte pela arte” esteve presente nos poemas parnasianos: alienação e descompromisso quanto à realidade.
Contudo, os parnasianos brasileiros não seguiram todos os acordos propostos pelos franceses, pois muitos poemas apresentam subjetividade e preferência por temas voltados à realidade brasileira, contrariando outra característica do parnasianismo francês: o universalismo.
Os temas universais, vangloriados pelos franceses, se opunham ao individualismo romântico, que revelava aspectos pessoais, desejos, aflições e sentimentos do autor.
Outra característica que o Parnasianismo brasileiro não seguiu à risca foi a visão mais carnal do amor em relação à espiritual. Olavo Bilac, principalmente, enfatizou o amor sensual, entretanto, sem vulgarizá-lo.
No Brasil, os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac e Raimundo Correia.

sábado, 20 de março de 2010

Olavo Bilac - Biografia


Filho de Brás Martins dos Guimarães Bilac e de Delfina Belmira dos Guimarães Bilac era considerado um aluno aplicado, conseguindo, aos 15 anos - antes, portanto, de completar a idade exigida - autorização especial de ingressar no curso de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, a gosto do pai, que era médico da então Guerra do Paraguai a contra gosto próprio.
Começou a frequentar as aulas, mas seu trabalho na redação da Gazeta Acadêmica absorveu-o mais do que a sisuda anatomia. Do mesmo modo, no tempo de colégio, deliciara-se com as viagens que os livros de Júlio Verne lhe ofereciam à fantasia. No menino e no jovem já se manifestavam as marcas de sua paixão futura: o fascínio poder criador da palavra. Há relatos que contam que Olavo Bilac não concluiu seu curso de Medicina devido a sua necrofilia. Bilac segundo algumas fontes, as quais tentam ser abafadas, tinha relações sexuais com os cadáveres de sua faculdade.
Bilac não concluiu os cursos de Medicina e Direito, que frequentou posteriormente, em São Paulo. Foi jornalista, poeta, frequentador de rodas de boêmias e literárias do Rio de Janeiro. Sua projeção como jornalista e poeta e seu contato com intelectuais e políticos da época conduziram-no a um cargo público: o de inspetor escolar.
Sua estreia como poeta, nos jornais cariocas, ocorreu com a publicação do soneto “Sesta de Nero” no jornal Gazeta de Notícias, em agosto de 1884. Recebeu comentários elogiosos de Artur Azevedo, precedendo dois outros sonetos seus, no Diário de Notícias. No ano de 1897, Bilac acabou perdendo o controle do seu Serpollet e o bateu contra uma árvore na Estrada da Tijuca, no Rio de Janeiro, sendo o primeiro motorista a sofrer um acidente automobilístico no Brasil.
Aos poucos profissionalizou-se: produziu, além de poemas, textos publicitários, crônicas, livros escolares e poesias satíricas. Visa contar através de seus manuscritos a realidade presente na sua época. Em 1891, com a dissolução do parlamento e a posse de Floriano Peixoto, intelectuais perderam seu protetor, Dr. Portela, ligado com o primeiro presidente republicano Deodoro da Fonseca. Fundado O Combate, órgão antiflorianista e a instalação do estado de sítio, Bilac é preso e passa quatro meses detido na Fortaleza da Laje no Rio de Janeiro.
O grande amor de Bilac foi Amélia de Oliveira, irmã do poeta Alberto de Oliveira. Chegaram a ficar noivos, mas o compromisso foi desfeito por oposição de outro irmão da noiva, desconfiado de que o poeta era um homem sem futuro. Seu segundo noivado fora ainda menos duradouro, com Maria Selika, filha do violonista Francisco Pereira da Costa. Viveu só sem constituir família até o fim de seus dias.
Mas, como lendas e mitos amorosos cercam a história de todos os poetas, consta que Amélia se manteve fiel a ele por toda vida, não se casando e depositando romanticamente uma mecha de seus cabelos no caixão do poeta.
Como não tivera herdeiros, preferiu educar várias gerações de brasileiros escrevendo diversos livros escolares, ora sozinho, ora com Coelho Neto ou com Manuel Bonfim.