quarta-feira, 26 de maio de 2010

Manchetes sobre a morte de Olavo Bilac( finalização)

A seguir a útima manchete sobre a morte de Olavo Bilac.E pelo resto da semana seram postadas algumas das várias obras de Olavo,que foram as mais reconhecidas após a sua morte.

"Embora esperada, pois de há muito se conhecia a extrema gravidade da moléstia do grande poeta, a morte de Olavo Bilac, ocorrida na manhã de hoje, causou uma impressão dolorosíssima. Não foram os meios propriamente literários e jornalísticos aqueles em que a triste nova repercutiu de maneira mais consternadora. Toda a cidade sentiu, sinceramente, o desaparecimento do grande poeta, que era orgulho de sua geração e que soubera incarnar, na última etapa de sua vida, todo o admirável surto de renascimento cívico que se operou no Brasil. (...) Portanto, Olavo Bilac não foi apenas o poeta incomparável, cuja obra aí fica, como uma das mais ricas, e das mais belas da nossa literatura. Foi também, em um momento decisivo da vida nacional, o intérprete eloquentíssimo das aspirações brasileiras. A sua conferência na Academia de Direito de S. Paulo, primeira de uma série em prol da difusão do serviço militar, foi um hino entusiástico à grandeza do Brasil. Bilac pregou então a união de apostolado não foi em pura perda. O seu exemplo frutificou. Em pouco tempo, a semente que o seu gênio semeou se desdobrava. (...)
Olavo Bilac guardava o leito há muitos dias, tendo, agora, seus antigos padecimentos agravados, por um ataque de "gripe", vindo, em consequência, falecer, depois de esgotados todos os recursos da ciência, miraculosamente procurada pelo seu médico assistente, Dr. Henrique Roxo, de quem o poeta era grande amigo.(...)
Poeta por vocação, trovador por índole, o morto ilustre deixa precioso acervo de poesia, das melhores que existem em nossa língua. Pouco produziu, mas tudo quanto saiu da sua pena teve, desde logo, o caráter de perpetuidade. (...) Além de poeta-mestre, Bilac era também prosador elegante e, sobretudo, conferencista sem muitos competidores. (...) Suas obras literárias são: "Poesias Infantis e Poesias"; "Crítica e Fantasia"; "Conferências Literárias". Em colaboração: "Cantos Patrios", "Livros de Leitura", "Teatro Infantil", "A Pátria Brasileira", "Tratado de Versificação", "Livro de Composições", "Através do Brazil". (...) Olavo Bilac pertencia a várias instituições e academias. Era membro fundador da Academia Brasileira. Era também inspetor escolar aposentado." A Tribuna, 28 de dezembro de 1918.
"O passamento de Olavo Bilac registrado às primeiras horas do dia de ontem era previsto por alguns dos seus amigos íntimos. Moléstia impenitente vinha minando o seu organismo, asuumindo nestes últimos dias uma feição de extrema gravidade. Lúcido de espírito, calmamente esperou a morte redentora e, antes do derradeiro alento físico, ainda se via deslumbrado pelas miragens de algum sonho de arte, que ele desejou exteriorizar em versos. Pediu, então, café e pretendeu escrever. (...) A obra de Bilac, é sem dúvida, comparativamente à dos grandes poetas brasileiros, uma das mais brilhantes. Sua primeira série de "Poesias", apesár das influências flagrantes do parnasianos franceses, principalmente Theophile Gauthier, François Copée, Heredia Baudelaire, apresenta-nos páginas verdadeiramente fulgurantes, como as do Ïn Extremis", "Inania Verba", as de muitos sonetos das "Viagens" e do "Caçador de Esmeraldas", poemeto verdadeiramente modelar, pela harmonisação estética da Forma e do Fundo. Mas de todos os parnasianos brasileiros, foi Olavo Bilac o que menos seguiu os preconceitos da impossibilidade característica do espírito da escola decaída. O seu verso, pessoal pelo estilo fundia o fundo e a forma numa liga perfeita de idéias fortes, esplendidamente exteriorizadas. A "Tarde", volume de sonetos é, porém, o mais expressivo da personalidade literária do poeta brasileiro. Em sua última obra revela-se Bilac liberto dos preceitos escolásticos, dentro do seu próprio sonho e para ele vivendo. É certo, infelizmente, que o vício da factura do soneto privou-o de expandir o talento a mais vastos surtos. Mas o artista revela-se columnal num país que ainda não produziu um gênio primordial a Victor Hugo... (...) A sua campanha em pról do levantamento cívico da nossa nacionalidade foi uma das mais brilhantes e mais dignas. Está na sua vida social na razão direta dos seus sonetos com laivos de espiritualidade e pureza. (...)" A Razão, 29 de dezembro de 1918.
AS MANCHETES Morreu Bilac - "Dêem-me Café! Quero Escrever!" - Foi A Sua Última Frase - A Resurreção Cívica Do Brasil E O Seu Otimismo (A Rua)Olavo Bilac Morreu - Já Raia A Madrugada; Dêm-me Café, Vou Escrever! - As Últimas Palavras Do Príncipe Dos Poetas Brasileiros (A Noite)O Passamento De Olavo Bilac - O Patriota, Seu Momento Extremo E A Sua Obra (A Razão)

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